Palavras do 'Lubisoni'



Ator Jorge Washington fala sobre seu personagem:
"O Lubisone é diferente de tudo o que já fiz no cinema, teatro e televisão. Quando li o roteiro, me apaixonei, logo quis fazer. Ele é rico, fantástico, quase sem falas, mas tão cheio de gestos e formas, um momento diferente e especial na minha carreira de ator. Quero dar vida a este personagem.”

Sobre como é se deixar dirigir por Edgard Navarro:
“O diferencial de Navarro é q ele faz cinema de arte, não sei se ele se preocupa com o aspecto da bilheteria, do retorno financeiro, pois não conversei a respeito. O que observo e me faz curtir trabalhar com ele é o cuidado que tem com cada detalhe e como pensa o cinema enquanto arte. Achei muito bacana, ao rodar minha 1a cena, quando ele levou o ouvido à minha boca e perguntou “Jorge, como é o texto?”. Aí eu fui dizendo baixinho, rente ao ouvido dele (a foto abaixo registra o momento exato disto). Já tinha feito um trabalho imenso de concentração, mas naquele momento segurei a emoção e assim fiz a cena praticamente “de prima”. É este o diferencial do diretor que cuida do ator, da arte e dos detalhes.”



Sobre sua relação com o cinema e com 'OHQND':
"Estou curtindo muito filmar em Igatú, pois esta cidade tem um diferencial, uma enorme paz. Antes deste, meu filme anterior tinha sido Ó, Paí, Ó, no Pelourinho e aquilo era uma “zueira” total: um timbal aqui, um timbal ali, era uma comunidade com dinâmica própria e a gente não podia chegar e mudar isso. Igatu é outra realidade, um cenário lindo, tudo é muito natural e relaxante, as pessoas da cidade se envolvem na produção, entedem os momentos em que precisamos de silêncio pras filmagens e trabalham sossegadas. Achei a produção de O Homem Que Não Dormia muito humana e cuidadosa conosco. A gente vem filmar num local ermo como este, somos uma quantidade enorme de pessoas, trouxemos um monte de caminhões e equipamentos, mudamos a dinâmica da cidade, mas a comunidade, pelo visto, recebeu muito bem!”

Do núcleo dos despudorados...




Lázaro Machado comenta sua participação em 'OHQND': “está sendo maravilhoso! Cada diretor tem um modo de trabalhar e apesar desta ser a primeira vez que atuo com Edgard, noto a paciência dele com seus atores, muito bom!".

Lázaro estava em cartaz, em 2007, com o espetáculo Vixe, Maria, quando Edgard o chamou pro filme. Aceitou no ato. O ator veio do Bando de Teatro Olodum, onde estudou e atuou por quase 10 anos. Se graduou em teatro pela UFBA, trabalhou em Jenipapo, de Monique Gardenberg; depois em A Pedra do Reino , de Luis Fernando Carvalho; Ó Paí, Ó, Monique Gardenberg novamente e, em 2008, fez A Cangaceira, de Isiane Mascarenhas, Ceará. E foi com Ó, Paí, Ó (agora espetáculo teatral) que ganhou o Prêmio de Melhor Ator Coadjuvante na última edição do Copene, "antes de virar Prêmio Braskem", completa.

Fernando Neves e seu personagem que se julga o dono do lugar



Na trama de 'OHQND' Fernando Neves é o coronel Abílio. Em conversa rápida o ator comentou sobre o seu personagem: “Embora esse coronel seja mais no estilo 'pavão' – que acha que manda, que é o dono do lugar -, não tem aspecto de pessoa má. O que fica evidente é a 'pavonice' dele. Criei um gesto especifico pra caracterizar o personagem e olho pras pessoas com o rosto lá pra cima. O coronel Abílio é um homem que pode chegar à violência e à crueldade, dominou a cidade por ser rico, pensa que as pessoas têm medo dele, mas, na verdade, todo mundo fica é rindo por detrás. Mas não vamos entregar o personagem, né? Como não temos mais coronéis, vou usando as histórias do povo daqui e seguindo minha intuição de ator para compor o tipo.”

Fernando veio de Belém, Pará, participou de vários outros filmes, é ator de teatro, fez radionovela e chegou a Salvador em 1976. Sues últimos trabalhos no cinema foram: Eu me Lembro, do próprio Edgard Navarro; Cascalho, de Tuna Espinheira; e O Enfermeiro, longa-metragem adaptado de um conto de Machado de Assis, de autoria de um professor da FTC.

Eu Me Lembro, de Edgard, é um filme que me marcou muito porque, até então, eu jamais tinha experimentado ganhar uma premiação. Devo a este filme, no 38º Festival de Cinema de Brasília, em 2005, quando coincidentemente comemorei 50 anos de carreira, o prêmio de melhor ator coadjuvante. O Teatro Nacional de Brasília tem mais de 2mil lugares, estava repleto, e aquilo foi uma emoção enorme na minha vida!”, contou-nos o ator.

Sobre ser dirigido por Edgard, declarou: “como ele tem experiência como ator, acho que reverte isso em generosidade e respeito a nós, atores, nos induzindo a chegarmos exatamente ao ponto em que ele quer. Edgard tem uma força incomensurável dentro dele e tem repetido o quanto este filme é um divisor de águas na carreira dele.”

Navarro no Jornal do Brasil

O Jornal do Brasil, através do repórter Carlos Heli, deu 1 página de matéria sobre 'O Homem Que Não Dormia', no Caderno B do dia 5 de abril. Compartilhamos o link e quem se cadastrar gratuitamente no site do JB poderá ler sua versão online, na íntegra, sem precisar pagar nada a mais por isso.

http://jb.ideavalley.com.br/flip/?idEdicao=6454ae76e8a393d428c5689533468461&idCaderno=05f7c053552ecde41b08fc29d5e949b8&page2go=10

Núcleo de personagens principais

Numa cidade cravada nas pedras, de mentalidade retrógrada e mesquinha, eis o núcleo dos personagens principais da trama, em ordem de aparição dos atores (foto abaixo): Fábio Vidal é Vado, um rapaz epiléptico sistematicamente surrado pelo pai truculento; Mariana Freire é Madalena, uma jovem bonita de vida livre, que enfrenta a moralidade estreita da cidade e é vítima das más línguas; Evelin Buccheger é D.Brígida, uma mulher que está grávida e não pode mais esconder sua infidelidade ao marido, o coronel todo-poderoso do lugar; Bertrand Duarte é Pe Lucas, um religioso que comete o delito de liderar espiritualmente sua comunidade quando já não possui mais nenhuma fé; Ramon Vane é "Páfrente, Brasil", um louco vitimado pela tortura dos anos da ditadura, daqueles que prega pra vacas, é azucrinado por todos e perseguido pelas crianças, ao mesmo tempo em que, por sua visão apurada, nos dá a chave para compreendermos mistérios.

Truque Produtora de Cinema

Em relato concedido ao Cineinblog do A Tarde Online, Edgard Navarro fez menção direta à produção do filme, destacando a organização e importância dos papéis de Sylvia Abreu e Taissa Grisi, respectivas produtora executiva e diretora de produção. Disse: "Como relatei anteriormente, acho que desta vez as coisas estão bem mais organizadas e planejadas, tivemos um trabalho de pré-produção mais longo, o orçamento do filme em relação ao número de sequências é um pouco mais confortável, embora não tenhamos grana a mais pra fazer outras coisas, mas, do aspecto da produção de grandes orçamentos, não pretendia fazer grandes voos. Vejo no nosso país uma grande injustiça social e isso me faz refletir sobre o acinte que é fazer filmes com orçamentos muito altos, num mercado de lucro cinematográfico que não existe.




Acredito que o filme irá responder como obra de arte, trazendo um retorno cultural, ressonando no espírito das pessoas. Se não der bilheteria, ao menos isto, esta conquista no humano, este fime vai ter. Com o orçamento adequado ao planejamento ficou nítida a competente administração da Truque, nas pessoas da Sylvia de Abreu e Taissa Grisi. Estas é a maior razão do meu conforto para produzir agora. Um outro aspecto que não posso esquecer é a qualidade de toda a equipe técnica, que está dando conta do recado, os chefes das equipes com muita garra e boa vontade, tudo indo muito a favor..
."

Mas a gente posta o link pro caso do público querer ler a íntegra da matéria do repórter Lucas Cunhas: http://www.atarde.com.br/blog/cineinblog/index.jsf
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Comentário do diretor



“É um projeto pretensioso para mim porque trata de buscas que acredito serem de todos os seres humanos, daquelas que nivelam crenças interiores. Este é um roteiro escrito há anos e venho burilando-o, fazendo alterações que me deixaram seguro sobre ser o momento propício para filmar. Falo, quase por parábolas, sobre um tesouro enterrado há tempo, mas que é, na realidade, um paralelo entre o mundo material e o espiritual. Verso sobre o resgate do estado primitivo de soberania do ser ante a grandeza da vida”. - Edgard Navarro

Sinopse



Numa pacata cidade do interior cinco pessoas são acometidas pelo mesmo pesadelo, numa mesma noite, envolvendo um homem sinistro e um tesouro enterrado. A chegada de um peregrino irá arrebatar o lugarejo da sua rotina medíocre, lançando aquelas personagens no vórtice de acontecimentos insólitos. A verdade de cada um será então trazida à luz, libertando-os do jugo perverso da doença, do medo e da hipocrisia, compelindo-os a assumirem as rédeas de seus destinos.